pp. 69-78Proceder a uma análise comparativa da simbologia de um texto tradicional, de contos populares e de algumas evocações míticas, coloca, antes de mais, o problema da legitimidade da relação entre estes vários corpus. Sobre o parentesco do mito e do conto popular, muitos estudos pluridisciplinares se fizeram ao longo deste século. Todos eles são coincidentes ao reconhecerem o mito e o conto como formas de convívio com o sobrenatural, formas cujo conteúdo arquetípico é muito semelhante. Freud e Jung consideram-nos um produto do diálogo desse inconsciente consigo mesmo e connosco, embora os seus conceitos de inconsciente se distigam. Mas serão, mito e conto, uma e a mesma coisa? Nas sociedades primitivas, onde é difícil separ...